O e-commerce no Brasil surgiu na década de 1990, junto com a consolidação do uso da internet no país. De lá pra cá, tem se mostrado um modelo de negócio cada vez mais promissor.
Em 2020, com a pandemia de Covid-19 e o isolamento social, passou a ser visto como uma alternativa bastante eficaz a transações que antes só se pensava fazer no comércio físico e/ou local, como a compra de alimentos, medicamentos, entre outras coisas.
Agora, no período pós-pandemia, a tendência de crescimento do e-commerce no Brasil continua forte e expressiva, e esse tipo de comércio está definitivamente se consolidando como uma das principais formas de consumo na região.
Logicamente, existem muitos desafios a serem vencidos, mas isso também indica grandes oportunidades para os empreendedores do setor.
Neste artigo, você vai entender o que é e como funciona o e-commerce no Brasil, quais as vantagens e desafios e quais os principais dados do mercado.
O que é e-commerce?
O e-commerce, ou comércio eletrônico, engloba todas as transações comerciais que acontecem de forma on-line, por isso envolve marketplace; social commerce, que é o comércio nas redes sociais; lojas virtuais; entre outros modelos.
Quando nos referimos a uma loja virtual, ou loja on-line, na maioria dos casos estamos mencionando as marcas que possuem um site próprio para comercializar produtos na internet. Dessa forma, o cliente pode acessar a loja indo até o site. Lá, ele pode navegar e visualizar o catálogo de produtos, escolher algum item, efetuar a compra e decidir onde a receberá: em casa, no trabalho ou em qualquer lugar que desejar.
Na prática, no entanto, as pessoas usam muito as duas formas como sinônimos. Então, você poderá se deparar com alguém se referindo ao site de uma loja como “e-commerce de loja tal” ou como “a loja virtual da loja x”.
Além disso, com o intenso avanço do social commerce, também será cada vez mais comum vermos pessoas utilizando essas formas para se referir ao perfil de uma marca que vende on-line em uma rede social. E, como o e-commerce no Brasil não para de crescer, com certeza ainda veremos esses termos ampliarem muito mais seus significados.
Quais as características do e-commerce no Brasil?
Como já mencionado, o e-commerce no Brasil teve início nos anos 1990, mais ou menos na segunda metade da década.
Esse surgimento está bastante relacionado à introdução da internet nos lares brasileiros — ainda que apenas para uma pequena e privilegiada parcela da sociedade — e à popularização dessa tecnologia nos anos seguintes.
Atualmente, a região brasileira com o maior número de consumidores on-line é a Sudeste, seguida por Nordeste e Sul.
Assim como ocorreu no restante do mundo, a pandemia acabou por impulsionar ainda mais esse setor, que continuou crescendo de maneira expressiva no pós-pandemia. Pra se ter uma ideia, em 2021, o e-commerce foi responsável por 58% das vendas dos lojistas no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Mundi Map e E-commerce Brasil.
Existem hoje muitas vantagens no e-commerce brasileiro, que o tornam uma rica fonte de oportunidades — tanto para os varejistas quanto para os consumidores. E, da mesma forma, também existem muitos desafios a serem superados.
Vantagens do e-commerce no Brasil
De modo geral, as vantagens do e-commerce no Brasil são muito semelhantes às vantagens do varejo on-line no mundo todo. Veja a seguir os principais fatores que fazem com que esse modelo de negócio seja tão promissor.
- Conveniência para os compradores
- Custo baixo para iniciar
- Economia nas operações
- Crescimento mais acelerado
- Flexibilidade para o empreendedor
- Possibilidade de personalização da experiência
Desafios do e-commerce brasileiro
Como qualquer outro setor, o varejo digital também tem seus desafios, especialmente o e-commerce brasileiro, que ainda é jovem e tem muito o que amadurecer. Mas também conta com obstáculos relacionados ao contexto social e econômico do país. Listamos os principais abaixo.
- Acesso à internet
- Alfabetização digital
- Confiança da população
- Desemprego
- Redução de renda
- Menor poder aquisitivo
- Experiência de compra
- Estratégia omnichannel
Quais são os 5 maiores e-commerce do Brasil
Hoje, os 5 maiores e-commerce do Brasil são também marketplaces. Ou seja, realizam a venda do estoque próprio, mas também atuam como intermediários nas transações comerciais entre os consumidores e outros lojistas. Confira a lista a seguir.
- Amazon Brasil
- Americanas
- Magazine Luiza
- Mercado Livre
- Shopee
Faturamento e dados do e-commerce no Brasil em 2021
Em 2021, o e-commerce brasileiro faturou R$ 161 bilhões, obtendo um crescimento de cerca de 27% em relação ao ano anterior, segundo levantamento feito pela Neotrust.
Sobre o mesmo estudo, confira os principais dados de 2021 em comparação com 2020.
Pedidos
O número de pedidos realizados no e-commerce, no Brasil, em 2021 chegou a 353 milhões, representando um aumento de 16,9%.
Ticket médio
O ticket médio foi de R$ 455,00 por compra, um aumento de 8,6%.
Categorias
As categorias com o maior número de pedidos em 2021 foram: moda; beleza e perfumaria; e saúde.
Já em relação aos segmentos que tiveram maior faturamento, foram: celulares; eletrodomésticos e eletrônicos.
Regiões
As regiões com maior destaque no comércio eletrônico no Brasil em 2021 foram a Sudeste e a Nordeste, representando 62,3% das compras on-line e 15,1%, respectivamente.
Gênero
Em relação ao gênero sexual, as mulheres foram as que mais consumiram em 2021, representando 58,9% dos consumidores. Já os homens foram responsáveis por 15,1% dos pedidos.
Idade
A faixa etária que mais consumiu on-line em 2021 foi a de 36 a 50 anos, caracterizando 34,9% da população. Em seguida, vem a faixa de 26 a 35 (32,1%) e os consumidores com mais de 51 anos representaram 16,6%, contra 15,5% em 2020.
Meios de pagamento
Os principais meios de pagamento utilizados em 2021 foram:
- cartão de crédito: 69,7%;
- boleto bancário: 16,9%;
- outras formas, como wallet e cashback: 11,1%;
- PIX: 2,3%.
Faturamento e dados do e-commerce no Brasil em 2022
5 primeiros meses do e-commerce no Brasil
O faturamento de parte do e-commerce brasileiro em 2022, nos 5 primeiros meses do ano, obteve um impressionante aumento de 785% em comparação com o mesmo período em 2019, antes da pandemia.
O dado faz parte de um levantamento realizado aqui na SmartHint, com mais de mil lojistas que utilizam o nosso sistema de busca e de recomendação de produtos.
Confira outros dados levantados pelo estudo nesse mesmo período.
Categorias
Os segmentos mais procurados no período foram:
- moda e acessórios: mais de 683 mil pedidos registrados;
- perfumaria e cosméticos: mais de 170 mil pedidos;
- casa, jardim e decoração: mais de 50 mil pedidos.
Pedidos
Já os estados brasileiros com o maior número de pedidos foram:
São Paulo: 924 mil.
Rio de Janeiro: 331 mil.
Santa Catarina: 279 mil.
Ticket médio
O ticket médio dos lojistas analisados foi de R$ 400,83.
Taxa de conversão
A taxa de conversão média dos consumidores que não interagiram com a SmartHint foi de 0,82%, enquanto que a dos que interagiram com a nossa ferramenta foi de 2,27%, ou seja, 276% maior.
Faturamento e outros indicadores ao longo de 2022
Segundo a ABComm, as vendas do comércio eletrônico no Brasil em 2022 chegaram a R$ 169,6 bilhões, revelando um crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Foram mais de 368 milhões de pedidos e o ticket médio ficou em torno de R$ 460 por cliente
Outro estudo recente — também realizado pela SmartHint com a respectiva base de clientes, que utiliza as soluções da empresa — identificou os indicadores de parte do e-commerce brasileiro ao longo de todo o ano de 2022, de 1° de janeiro a 31 de dezembro. Os dados levantados são de mais de mil lojistas distribuídos em 25 segmentos variados. Confira a seguir.
Faturamento
O faturamento total das lojas virtuais analisadas chegou a mais de 22 bilhões de reais em 2022, obtendo um crescimento de 2.046,28% em relação ao ano anterior.
Os segmentos com maior faturamento foram:
- moda e acessórios: mais de R$ 20 bilhões de reais, representando um crescimento de 5.235% em relação a 2021;
- casa, jardim e decoração: mais de R$ 700 milhões;
- jogos e acessórios: mais de R$ 258 milhões.
Visitantes
O número de visitantes superou os 690 milhões, aumento de 14,43%.
As categorias que tiveram mais visitantes em 2022:
- moda e acessórios: mais de 270 milhões;
- jogos e acessórios: mais de 74 milhões;
- casa, jardim e decoração: mais de 56 milhões.
Pedidos
Foram mais de 4 milhões de pedidos, representando um crescimento de 63,70%.
Os segmentos com maior número de pedidos foram:
- moda e acessórios: mais de 1,5 milhão, com crescimento de 60,97%;
- perfumaria, cosméticos e saúde: mais de 400 mil, com crescimento de 111,59%;
- casa, jardim e decoração: mais de 300 mil, com crescimento de 54,08%.
Ticket médio
O ticket médio de todas as marcas analisadas ficou em R$ 5.528,87, crescimento de 1211,12% em relação ao ano anterior.
Os maiores valores em pedidos ficaram para as seguintes categorias:
- moda e acessórios: R$ 13.669,28, crescimento de 3.214,67% em relação ao ano anterior;
- casa, jardim e decoração: R$ 2.165,67;
- móveis para escritório: R$ 1.249,03.
Taxa de conversão
- itens religiosos/esoterismo: 1,25% em relação à média do site e 3,02% quando houve interação com as ferramentas da SmartHint;
- tabacaria: 1,18% na média do site e 4,16% com a SmartHint;
- pet shop: 1,09% na média do site e 3,38% com a SmartHint.
Quando houve interação com a solução da SmartHint, as 3 categorias tiveram um aumento expressivo na taxa de conversão de vendas: 141,6%; 252,54%; e 210,09%, respectivamente. E ao analisar todos os 25 segmentos, a taxa de conversão média foi de 0,59% e 1,79% com a SmartHint, um crescimento de 203,38%.
Comparativo entre 2022 e 2021
No comparativo entre 2022 e o ano anterior, levando em conta o total de clientes analisados pela SmartHint, todos os indicadores aumentaram, sugerindo que o crescimento do e-commerce no Brasil continua. Confira os números de crescimento a seguir.
Faturamento: +2.046,28%
Visitantes: +14,43%
Pedidos: +63,70%
Ticket médio: +1211,12%
Taxa de conversão: +43,06%
Projeções para o e-commerce brasileiro em 2023 e anos seguintes
Em relação às projeções para o e-commerce no Brasil, de acordo com a ABComm, a expectativa é que em 2023 o crescimento de vendas fique em torno de 9,5%, chegando a R$ 186 bilhões e ticket médio de R$ 470. E os pedidos podem chegar a 395 milhões.
E segundo a Worldpay from FIS, até 2024 é possível que haja um crescimento de 56%.
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Escrito por: Tânia d’Arc